
O comentador desportivo Luís Freitas Lobo esteve atento à temporada do Portimonense que coincidiu com o regresso à Primeira Liga. Após alguns olhares no decorrer da época a Aragoney, Diogo Melo e à táctica da equipa, foi agora Wilson Eduardo quem prendeu as atenções de LFL. Um jogador que pelo seu carácter imprevisível deveria poder movimentar-se com maior liberdade.
O jogo é feito de tácticas e elas amarraram-no muitas vezes. Um jogador, com o seu talento, resolver, por si só, os problemas mais complicados, é quase uma fuga a todas essas jaulas tácticas. Por isso, quando, durante o fechado Oliveirense-Portimonense, vi Wilson Eduardo fazer aquela jogada individual na hora mais difícil, poucos depois de ter entrado, foi irresistível não esboçar um sorriso cúmplice. Ainda na passada semana ele estava na caixinha aqui ao lado. Cada vez mais o futebol precisa de talentos destes. Cada vez mais, no entanto, é difícil eles encaixarem nele. Porque, na maioria do tempo, eles fogem à lógica táctico-colectiva do jogo.
São, ao mesmo tempo, uma ameaça para o adversário (pelo que inventam) e para a própria equipa (pelo que comprometem a defender). O Portimonense conseguiu a subida pelo que joga e vale como equipa. Mas, mesmo vendo esse equilíbrio colectivo (os cortes de Balu, os passes de Diogo, a mobilidade de Pires), não imaginaria melhor forma para escrever esse destino do que uma invenção de Wilson Eduardo.
Retirado de: Planeta do Futebol
2 comentários:
Grande analise por alguem conhecedor do nosso futebol...bem haja Luis Freitas Lobo
Extraordinária análise.
Profundo conhecimento de futebol e caracter do Wilson.
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