A SUBIDA, O MERCADO E A PREPARAÇÃO DA NOVA ÉPOCA

Muito se tem dito e comentado aqui no blog acerca das contratações, ou falta delas, e se muito se diz com razão, outros factores não são levados em conta.

É preciso ter em mente que este é o ano de estreia do Portimonense na Primeira Divisão, 20 anos depois da última presença. É natural que quer em termos de plantel não tenhamos uma base que sirva de ponto de partida, mas também em termos de estrutura é normal que não estejamos tão bem preparados como outros clubes, muito mais experientes nestas andanças. Não nos podemos comparar aos outros clubes nem estar preocupados com eles.

Por um lado seria um risco manter a maioria do plantel que conseguiu a subida, uma vez que este campeonato é muito mais competitivo, e o que não faltam são exemplos de equipas que foram mal sucedidas com esta política, como por exemplo um dos mais recentes, o Trofense. Por outro lado, um dos objectivos desta direcção, que é o de reduzir o passivo, dificilmente seria cumprido se entrássemos em loucuras ou em disputas com outros clubes para garantir concursos de certos jogadores. Não queremos chegar ao Inverno com salários em atraso ou impedidos de inscrever jogadores, como acontece com outros, todos os anos.

Resta seguir o caminho dos empréstimos, e sou da opinião que os melhores empréstimos se conseguem pouco antes do campeonato começar, com a dispensa de jogadores excedentários após as últimas contratações, ou dos que estiveram à espera de integrar o plantel mas acabaram por não ficar, e por uma questão de rapidez na colocação até possivelmente a percentagem do salário que será paga será menor.

A procura de jogadores no mercado sul americano, também é uma alternativa para um clube da dimensão do nosso, principalmente porque existem muito mais escolhas, a preço mais reduzido. Infelizmente ter um jogador português no plantel, invariavelmente é mais caro. Quer pelos valores das transferências, quer dos salários. A desvantagem é que a observação por DVD não é a mesma coisa que ter observadores do clube a fazer análises pormenorizadas, e que os interesses de empresários muitas vezes colocam-se à frente dos interesses do clube. Um exemplo de sucesso que poderia ser seguido é o Nacional da Madeira.

O grande senão na chegada tardia dos reforços é obviamente o atraso na preparação da época com todo o plantel. Esperemos que nos próximos tempos tudo se resolva, para reduzir o impacto do atraso na formação do plantel, e que na próxima época já não seja necessário uma tão grande revolução. Se não correr bem, e não estivermos à altura de competir com os orçamentos de outros clubes, é sempre melhor jogar na primeira do que na segunda divisão, mesmo que os resultados desportivos sejam maus, será sempre possível recuperar algum passivo e trazer o gostinho do que é esta divisão às gentes de Portimão.

Para terminar, deixo esta nota. Muito mais preocupante do que a preparação do plantel do futebol profissional, são algumas situações que continuam indefinidas, como a realização das assembleias de apresentação de contas e da eleição dos novos órgãos, a falta de campos de treino, ou a possibilidade de não começarmos a época a jogar no nosso estádio, caso as obras não estejam concluídas a tempo.