Não compreendo a atitude de certos jovens jogadores, alguns internacionais sub-21 por Portugal, em vários escalões! A atitude deles, mas também a de quem impõe ou deixa impor clausulas que os obrigam a jogar um número mínimo de jogos, deixando-os numa posição desigual perante os colegas.
Os jogadores, mais do que ninguém, deveriam estar preocupados em treinar bem, jogar melhor e provar o seu valor e potencial. Quando vêm trabalhar para um clube onde há jogadores com menos talento natural, ou que nunca tiveram a sorte de treinar num grande, acham-se no direito de exigir, reclamar e fazer birras, em vez de tentarem aprender com as experiências de vida, que embora acumuladas em divisões inferiores, lhes podem ser úteis.
Quanto vale o talento? Será que é tão complicado olhar à volta e ver os inúmeros exemplos de ex-promessas a actuar no Chipre, na Roménia ou mesmo nos distritais? Será que porque já podem comprar um BMW um Porsche ou um Ferrari já se dão por satisfeitos, quando ainda têm uma carreira pela frente? Factores como o reconhecimento por parte dos adeptos, colegas, treinadores e dirigentes dos clubes por onde passam, deixaram de ter qualquer importância?
Talvez a entrada precoce num mundo que tem uma exposição mediática brutal, devesse ser acompanhada por alguém com capacidade para incutir outros valores, outra mentalidade.
Depois há o problema do Algarve. O Algarve tem praias, tem vida nocturna, e tem um clima mais agradável que o normal. Há que tirar partido disso, mas é preciso que estas distracções não sejam um handicap nos treinos e nos jogos, mas sim um factor motivacional, de felicidade, de apreciação da qualidade de vida de que dispõem. E neste aspecto não são só os mais novos e os emprestados que acabam por enveredar por caminhos que não são compatíveis com o exercer de uma profissão tão exigente em termos físicos. Há também os que aproveitam para acabar a carreira, a ganhar algum dinheiro, e num ambiente de férias ou pré-reforma.
São estes exemplos que passam para os jovens das escolas do clube, e que fazem com que o talento natural se desperdice, em troca de umas noites bem passadas.
No caso do Portimonense, fica ideia que poucos jogadores sabem que este clube é uma instituição com 96 anos de história, rica em feitos, em êxitos, e outrora com uma mística própria das gentes da cidade. E assim ela se vai perdendo - quer por não haver ninguém que passe estes valores de geração em geração, quer por se desaproveitar o talento dos jovens da localidade, para apostar em negócios duvidosos impingidos por empresários, ou como troca de favores.
Há muita falta de respeito pelas instituições e por aqueles que as mantêm vivas - os sócios e os adeptos.
3 comentários:
nao querendo criticar o que os atletas fazem nos seus tempos livres mas um profissional de futebol que queira ter uma vida como jogador tem de gerir bem a sua vida sendo jovem ou nao ha que olhar o exemplo do cristiano ronaldo que apesar de jovem durante as suas ferias farta-se de andar a curtir mas quando é para trabalhar é um profissional aplicado
Então e o relvado não era na terça-feira?
Parabéns pelo texto, que explana bem não só a nossa, como também a realidade actual de vários outros clubes portugueses.
A meu ver, esta ligação que o Fernando Rocha tem ao fcp tem tanto de má como de perigosa, isto porque, se formos a ver, o único jogador interessante que nos emprestaram (com as famosas nuances já expostas no texto: ter de jogar N jogos, etc.) foi, efectivamente, o Ventura. De resto, não passam de reservas e de miúdos com algum (pouco) valor desportivo, mas muito fracos para os objectivos que o PSC ambiciona!
Temos de ser superiores a estas tramórias e, acima de tudo, inteligentes. Se não há dinheiro, é preciso ser-se competente e procurar alternativas mais económicas. É esse o principal propósito e objectivo de uma boa gestão desportiva. Procurem, junto de quem conhece os vários escalões nacionais, as melhores apostas e jovens valores - neste aspecto temos de reconhecer o ENORME trabalho desenvolvido pelo mister Lito Vidigal.
Acima de tudo, não podemos estar dependentes de outrem para alcançar algo que é nosso por direito: a nossa identidade e valor!
Portimonense, sempre!
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