domingo, abril 10, 2011

EFEMÉRIDE: CADORIN FALECEU HÁ PRECISAMENTE 4 ANOS

Enorme efeméride, de grande significado, envolve o Portimonense - FC Porto de hoje. Foi no dia 10 de Abril de 2007 que faleceu Serge Cadorin, para muitos considerado o melhor jogador da história recente do Portimonense. Foi precisamente este jogador que denunciou uma tentativa de corrupção do Fc Porto transformando-se posteriormente num autêntico símbolo, não só de golos, como também de resistência ao poder... e de fidelidade ao Portimonense.

Entre 1983 e 1987 participou em 65 jogos oficiais nos quais marcou 33 golos. Quando parecia lançado para uma brilhante carreira e com tudo acertado para representar o Sporting dá-se o grave incidente que mudou por completo o futuro de Cadorin: a explosão de uma bilha de gás, na Bélgica. Seguiram-se meses de recuperação e um aguardado regresso aos relvados que por razões óbvias esteve distante do demonstrado anteriormente. Ainda regressou ao Portimonense, em 1988, onde se sentia realmente em casa.

Cadorin falece há precisamente 4 anos.

NOTÍCIA "I ONLINE"

Qual foi a melhor classificação de sempre do Portimonense? Quinto lugar em 1984/85. Qual foi a primeira equipa algarvia a qualificar-se para uma competição europeia? O Portimonense de 1985/86. Qual era o goleador dessas duas equipas? Cadorin. O belga Serge Cadorin. E levantamo-nos para fazer a merecida vénia. A Cadorin, o avançado dos golos difíceis, o avançado da revolução. Sim, da revolução, porque foi ele quem denunciou a tentativa de corrupção por parte de Luciano D''Onofrio, antes de um Portimonense-FC Porto, a 24 de Novembro de 1985, para a 11.a jornada do campeonato nacional.

A ideia do empresário ítalo-belga em sondar Cadorin era pagar-lhe 500 contos (cerca de 250 euros) mais a possibilidade de uma transferência para o FC Porto ou um clube de Itália ou Suíça. Para tal jackpot, Cadorin "só" teria de cometer um penálti nos primeiros cinco minutos. O avançado belga - que curiosamente foi levado de Liège (do Standard) para Portimão pelo próprio D''Onofrio, com a ajuda/dica de Norton de Matos, também ele jogador do Standard) recusou participar neste escândalo e denunciou o caso ao presidente portimonense, Manuel João, que apresentou queixa na PJ. Como era a palavra de Cadorin contra a de D''Onofrio, o caso ficou em águas de bacalhau. Mas o orgulho ferido dos portimonenses resultou numa vitória sobre os portistas, por 1-0. Ai quer saber o golo? Então, mas isso é elementar, meu caro. Cadorin. Esse mesmo, que apareceu ali isolado na pequena área a empurrar a bola para a baliza de Zé Beto, após cruzamento de Luís Reina da esquerda, e a consumar a primeira derrota do FC Porto dessa época. Ora bem, o herói do but já não está entre nós. Faz este domingo quatro anos que a família Cadorin e a do Portimonense ficaram mais pobres. Obra do destino, é no mesmo dia que as duas equipas voltam a defrontar-se no Algarve, algo que não acontece desde 24 de Fevereiro de 1990 (ver texto ao lado). O i quis recuperar a memória e encontrou Sandy Cadorin, a filha do goleador belga. Por email, e graças à ajuda de um tal Pedro Azevedo "Guetov", do blogue do Portimonense. Do Brasil a Portugal, há todo um Atlântico por atravessar mas a conversa é sem ondas.

Cadorin era natural de Stavelot. Como é que o futebol entrou na vida dele?

O meu pai nasceu, de facto, em Stavelot mas cresceu em Rocourt [Liège]. O meu avô paterno também jogou futebol no RFC Liège [agora na 3.a divisão belga] e foi ele que incitou o meu pai a jogar futebol.

Antes de ele chegar a Portugal, o teu pai ainda passou dois anos no Bor. M''Gladbach. Porquê só dois anos e voltar à base (Standard Liège)?

Era um contrato de dois anos e como ele melhorou as suas aptidões físicas, técnicas e tácticas, o RFC Liège contratou-o novamente.

E quem sugeriu o teu pai ao Portimonense?

Luciano D''Onofrio e Norton de Matos.

E tu nasceste lá, ou cá?

Nasci na Bélgica mas cheguei a Portimão com apenas três semanas de vida! Tenho muitas lembranças daí, e muitas fotos também. Como esquecer as praias lindas de Portimão? Praia da Rocha, a Fortaleza linda, é um lugar privilegiado e que amo! Foi o lugar da minha infância, morei aí até aos meus seis anos.

E lembras-te de algum momento desportivo do teu pai?

Lembro-me que, às vezes, acompanhava o meu pai ao treino. E sempre que havia jogo, eu e a minha mãe ouviamo--lo pela rádio. Quando o meu pai marcava, gritávamos GGGGGOOOOOO-OLLLLLLLL agarradas pelas mãos e a pular de alegria! Ainda hoje essas imagens me acompanham, como se tivesse sido ontem. Eu era ainda tão pequenina!!! O meu pai continua vivo graças a essas lembranças.

E o teu pai gostava de Portimão?

Adaptou-se rapidamente e adorou Portimão desde o início da sua experiência. Os meus pais aprenderam rapidamente a língua portuguesa e fizeram muitas amizades, nomeadamente com Nivaldo (jogador brasileiro), o treinador Manuel José, o ex-colega Vitor Damas e muitas outras pessoas ligadas ao Portimonense e à cidade de Portimão. Foi nesta cidade que ele passou os momentos mais felizes da sua vida, acabando por ficar para sempre com muitas saudades de Portimão até o último dia da sua vida.

Porque é que o teu pai acabou a carreira numa equipa da 2.a divisão?

No Verão de 1986, ele sofreu um acidente grave, em que 70% do seu corpo ficou queimado devido a uma explosão de uma garrafa de álcool que estava demasiado próxima do fogo, na organização de um churrasco. Esse acidente fragilizou-o bastante e travou a sua carreira, no momento em que ele estava no auge.

É aí que aparece o Sporting [treinado por Manuel José] interessado na sua contratação?

O Sporting ofereceu-lhe, de facto, um contrato e deu-lhe a possibilidade de recuperar do acidente. Mas o meu pai quis continuar no Portimonense, simplesmente porque era a sua terra amada.

Outros dois jogadores belgas chegaram ao Portimonense para jogar ao lado do teu pai. O que representam Alain e Luciano D''Onofrio para a carreira do teu pai?

O Alain tornou-se um grande amigo dele. E D''Onofrio, um grande inimigo.

Por tudo aquilo que se passou na véspera do Portimonense-FC Porto?

Sim. Alguns dias antes do jogo, o Luciano D''Onofrio aliciou. Uma tentativa de corrupção. Prometeu dinheiro caso o meu pai fizesse penálti contra a sua própria equipa, o Portimonense. O meu pai ficou mal impressionado e acabou por contar essa história ao presidente Manuel João. Toda a gente já sabe o resto da história.

E o que fez o teu pai depois do futebol?

Depois de várias tentativas para voltar à carreira de jogador profissional, o meu pai teve a oportunidade de pegar no negócio dos meus avós, que era indústria têxtil, e começou a trabalhar nas feiras com a minha mãe. Mas isso não era a vida que ele queria. Desde que houve aquele acidente, o meu pai tornou-se um homem diferente. Um homem cujo sonho tinha sido destruído para sempre, porque a sua ambição era morar em Portimão e fazer a sua vida aí. Nem imagina a tristeza que se lhe abateu quando o Portimonense desceu de divisão [em 1990]. Era a terra do seu coração.

3 comentários:

Anónimo disse...

Grande CANDORIN

NUNCA MAIS VI UM PONTA DE LANÇA ASSIM EM PORTUGAL .
GRANDE HOMEM , GRANDE AMIGO , AQUI EM PORTIMÃO SERÁS SEMPRE RECORDADO PELO QUE FIZESTE POR NÓS .
TIVE A SORTE DE TE REVER A UNS ANOS EM PORTIMÃO NUMA DAS SUAS VINDAS CÁ .
NÃO SABIA DA TRISTE NOTICIA DA SUA MORTE
FICAM AS RECORDAÇÕES DAS VITÓRIAS E DOS SEUS GOLOS , MAS PARA NÓS SERÁS SEMPRE O NOSSO QUERIDO CADORIN

MARAFADOS VELHA GUARDA

Anónimo disse...

melhor jogador de sempre que jogou em portimao

Anónimo disse...

Grande jogador assim como Teão e tantos outros que passaram pelo PORTIMONENSE que deixaram saudades força PORTIMONENSE que a fé é a ultima a morrer vamos ter esperansa
saudações desportivas e boa sorte que DEUS nos ajude nos nossos objetivos